domingo, 10 de abril de 2011

Uso do fluxo venoso umbilical nas gestações gemelares monocoriônicas

      A gemelaridade monocoriônica (quando os fetos dividem a mesma placenta) é considerada uma gravidez de alto risco. Uma das complicações pode ser a Síndrome de Transfusão Feto-Fetal, outra é a diferença significativa de crescimento entre os fetos. 
      Os fetos compartilham alguns vasos placentários que sofrem anastomoses. Cerca de 12% dessas gestações desenvolvem o que chamamos de restrição de crescimento intra-útero (RCUI) seletiva, ou seja, um dos fetos não tem um crescimento adequado quando comparado aos valores esperados para determinada idade gestacional. A divisão inadequada da placenta é a primeira causa para essa discordância de pesos entre os fetos. 
      O objetivo de um estudo prospectivo, de novembro de 2006 a maio de 2009, realizado em Taiwan e publicado no Twin Research and Human Genetics, em 2011, foi determinar o grau de discordância do fluxo na veia umbilical, peso ao nascimento e restrição de crescimento seletiva. 
Eles usaram como parâmetro uma diferença maior que 25% entre os pesos e um peso ao nascimento abaixo do percentil 10 para definir como RCIU seletiva. Fetos com Síndrome de Transfusão Feto-Fetal não foram incluídos no estudo.
      O fluxo da veia umbilical (FVU) foi analisado com 20 semanas de gravidez.
     Cinqüenta e um casos foram incluídos, 21 com RCIU seletiva e 30 sem RCIU seletiva.
   O FVU foi significativamente menor nos fetos com RCIU do que nos fetos adequados para a idade gestacional (AIG). No entanto, mesmo após correção do valor do FVU usando o peso fetal, continuou existindo diferença entre fetos AIG e fetos com RCIU. Isso revela que a diferença entre o FVU está relacionada à massa placentária de cada feto e não ao peso de cada um. Outra constatação foi o fato de que o decréscimo do FVU no feto menor começa antes do aumento na diferença entre os pesos.

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