terça-feira, 26 de abril de 2011

Cistos de Plexo Coróide

      Com a oportunidade de acompanhar o serviço do Centro de Medicina Fetal da UCSD por um período de 3 meses, pude seguir diferentes casos. Entre os achados considerados mais comuns está o Cisto de Plexo Coróide (CPC), que pode ser visto em até 1% dos fetos na avaliação de segundo trimestre.
      O CPC não está associado a atraso no desenvolvimento neurológico e é um marcador “menor” para trissomia do cromossomo 18, especialmente quando é um achado isolado, ou seja, quando não foi visto nenhuma outra alteração física no feto.
      Em um estudo canadense publicado na Prenatal Diagnosis em 2011 foram analisados 6 casos de CPC`s grandes (maiores que 10mm) com ventriculomegalia (eles consideraram a medida do ventrículo lateral maior que 10mm como anormal).
      Cinco desses casos tinham CPC bilateral, posterior, e todos tiveram regressão com a evolução da gestação, inclusive um deles com resolução total. O sexto caso era em um dos fetos de uma gestação gemelar dicoriônica e diamniótica em que o cisto era anterior e também teve regressão no tamanho tanto do cisto quanto do ventrículo lateral.
   Em todos os casos foram feitos exames de rastreamento para infecções maternas e testes de aloimunidade, pois uma das causas de ventriculomegalia é TORCH (toxoplasmose, rubéola, citomegalovirus e herpes), além de aneuploidias e hemorragia intracraniana.
      O que o estudo conclui é que o CPC pode causar uma ventriculomegalia benigna.
   Aqui, entre os vários fetos com CPC, acompanhei um caso muito semelhante aos descritos nesse trabalho onde os CPC`s eram realmente grandes, ocupando toda a região dos ventrículos laterais e causando um aumento no diâmetro dos mesmos, e, quatro semanas após, verificou-se a redução no tamanho dos CPC com normalização dos valores dos ventrículos laterais.

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