quinta-feira, 3 de março de 2011

Ducto venoso nas Diabéticas pré-gestacionais


      Encontrei um estudo muito bom sobre a utilidade do Doppler de ducto venoso nos fetos de mães diabéticas. Ele é Australiano e foi publicado na Ultrasound in Obstetrics & Gynecology de 2010.
      O ducto venoso (DV) é uma importante estrutura vascular no feto e em condições adversas, como o declínio da função cardíaca ou acidemia, o fluxo sanguíneo nessa região se altera.
      Como bebês de mães previamente diabéticas têm um maior risco de alterações cardíacas, hipertrofia miocárdica e acidemia, eles resolveram analisar a correlação da alteração do DV com os desfechos perinatais.
      Foi um estudo prospectivo com duração de 11 anos e realizado em grávidas entre 28 e 40 semanas de gestação, calculando o PVIV (peak velocity index for vein) no DV.
      Eles consideraram como desfechos adversos: Recém-nascido pequeno para a idade gestacional, cesária por padrão fetal não tranqüilizador, acidemia fetal no parto (pH <7,2 no sangue do cordão umbilical), APGAR < ou = 3 no primeiro minuto e < 7 no quinto minuto, encefalopatia isquêmica por hipóxia, natimorto ou morte no período neonatal.
      Das 82 gestações avaliadas, 25 (30,5%) tiveram alteração ao Doppler. Desses, 8 apresentaram desfechos adversos no período perinatal (32%). Dos 57 sem alteração ao Doppler, 7 apresentaram algum dos desfechos adversos considerados (12,3%).
      A sensibilidade do Doppler de ducto venoso foi de 53,3% e especificidade de 74,6%.
      Eles afirmam que existe correlação entre o aumento do PVIV no DV e desfechos perinatais adversos nas diabéticas pré-gestacionais, no entanto não podemos colocar a avaliação do DV como rotina devido sensibilidade e especificidade insatisfatórias, porém merece atenção dos médicos segundo os autores!

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