sexta-feira, 18 de março de 2011

Derrame pleural na avaliação fetal


      Um estudo realizado em São Paulo pelos médicos Rodrigo Ruano, Alan Saito Ramalho, Ana Karina Silva Cardoso, Kenneth Moise Jr e Marcelo Zugaib relata a evolução natural do derrame pleural em fetos não tratados e sua relação com anormalidades fetais e desfecho perinatal.
      Cinqüenta e seis fetos foram incluídos na amostra coletada de janeiro de 2005 a dezembro de 2009. Catorze (25%) tinham apenas derrame pleural, 19 (33,9%) tinham derrame pleural e alguma anomalia estrutural e 23 (41,1%) tinham derrame pleural e cariótipo anormal.
      A maioria dos derrames são bilaterais e sua associação com hidropsia fetal é significantemente associada a morte perinatal.
      Nesse estudo eles discutem a alta prevalência de derrame pleural associado a alterações estruturais e/ou cromossômicas (75%) quando comparado a outros estudos (20-30%). Uma das explicações seria o fato da proibição da interrupção da gestação no Brasil, o que inclui no estudo muitas pacientes que em outros países são excluídas devido a opção de término da gravidez após diagnósticos desfavoráveis.
      Eles obtiveram uma taxa de sobrevida de 50% em fetos hidrópicos com derrame pleural que não fizeram derivação tóraco-amniótica, isso sugere a necessidade de mais estudos para avaliar os benefícios da derivação em fetos hidrópicos com apenas derrame pleural.
      Concluíram que anormalidade estrutural e/ou cromossômica são freqüentemente associadas ao derrame pleural e os resultados perinatais nesses pacientes são piores.

Um comentário:

  1. Carolina, você poderia indicar o artigo ou trabalho, fornecendo o link, por exemplo

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